domingo, 19 de outubro de 2014

A verdadeira cerveja brasileira!!!

E tudo começou com um post...


Em 28 de março, navegando no Facebook, me deparei com uma foto do lúpulo cultivado pelo Sylvio Mármora. Na ocasião, lembrei-me das leveduras que estavam sendo estudadas pelo Glauco Caon (Anner Cervejas Especiais) e pela Renata Medina e tive uma ideia: porque não fazer uma cerveja com insumos nacionais, já que o lúpulo e a levedura (que era de uma espécie nova obtida aqui no RS) já estavam disponíveis e cevada era plantada no estado (bastando maltear o grão).

Levedura sendo propagada 
Levedura
Enquanto muitas cervejarias se vangloriam por utilizar insumos importados (esclarecendo que isso é uma necessidade e não um diferencial, já que não temos cultivo de lúpulo no país), porque não fazer uma cerveja realmente brasileira, que, no futuro, poderia levar a criação de um estilo local (assim como já aconteceu com os americanos)?

Muitas cervejas nacionais atualmente contém frutas ou produtos de origem brasileira, mas adjuntos cervejeiros são agregados da cerveja, que tem no malte, água, lúpulo e levedura sua composição básica e original, e, até hoje não havia sido feito uma cerveja com estes insumos produzidos/colhidos localmente.

A ideia foi bem aceita por Glauco, e, após a adesão do Evandro Janovik, que se dispôs a fornecer o malte, nasceu o projeto CevaRS. Logo, no entanto, descobrimos que não seria possível utilizar o lúpulo do Sylvio, pois a quantidade colhida era ainda muito pequena. Mas tão rápido quanto nos deparamos com este problema, veio a solução. O Eduardo Boger entrou no grupo e passou a colaborar com os seus lúpulos, que ele já vem cultivando há aproximadamente 3 anos na serra do sudoeste do estado.

Lúpulos para a brassagem
Lúpulo em flor

Após uma reunião inicial no Lagom Moinhos, definimos que a cerveja teria somente malte pilsen, para que os aromas e sabores da levedura pudessem predominar. Os lúpulos também seria inseridos somente para dar o amargor, sem muita contribuição para aroma, ou seja, seria uma brassagem simples. Nesta oportunidade, juntou-se ao projeto Tiago Genehr (cervejeiro da Coruja).

Com a compra das sacas de cevada por Evandro, foi dado início ao processo de maltagem. Evandro e Juliano Zancaro (Cervejaria Steilen Berg) cuidaram da germinação do grão, e, posteriormente eu e Renata, atendendo as especificações do Evandro iniciamos a maltagem nas instalações do IGA, em Porto Alegre. Foram 6 horas de forno, com rampas de temperatura, mas nem todo o malte ficou completamente seco, sendo necessário a Evandro seguir o processo em outro forno similar, onde a maltagem foi finalizada.
Grão de cevada
Cevada germinada

Eu e a Renata
Malteando
Malte
Radículas removidas do grão
De posse do malte, a data da brassagem poderia ser marcada. Recebemos então o convite do Micael Eckert (Cerveja Coruja), que ofereceu o espaço e o equipamento do Solar Coruja, para que  a brassagem pudesse ocorrer. Também juntou-se ao grupo o cervejeiro caseiro Pedro Joel Filho, que também contribuiu com uma levedura, ainda não identificada, que ele havia isolado da casca do butiá em Porto Alegre.

A brassagem foi então agendada para o dia 20 de setembro, uma data muito significativa para os gaúchos e que viria a significar muito também para a cerveja nacional e gaúcha. 

Na data programada nos reunimos no início da manhã no Solar Coruja onde a brassagem teve lugar até o meio da tarde. Nascia então a cerveja 1835LE (Louca de Especial).

Equipamento da brassagem
Moendo o malte
Iniciando a brassagem
Recirculando o mosto
Adicionando o lúpulo na fervura
Adicionando a levedura
Ao final da fervura, o líquido foi dividido em dois fermentadores de 25 litros, e cada um deles recebeu uma levedura diferente.

As duas cervejas fermentando
Neste momento as cervejas estão em processo de maturação e logo serão engarrafadas e/ou embarriladas, o que não foi ainda definido.

O certo é que, em breve, teremos uma cerveja verdadeiramente daqui, que apesar de ser ainda experimental (pois a levedura ainda não pode ser utilizada comercialmente), abre os caminhos para uma nova realidade no cenário cervejeiro nacional.

PS: não precisava nem falar, mas assim que a degustação das cervejas for realizada, escreverei um novo post para falar sobre as mesmas.

Até!!!

A equipe.
Da esquerda para a direita, iniciando em cima: Luis Balbinot, Tiago Genehr, Evandro Janovik, Sylvio Mármora, Pedro Joel Filho, Glauco Caon, Eduardo Boger, Leo Sassen e Marcelo Terres.
Momento "Selfie do Oscar"

 

Fotos por Luis Balbinot, Evandro Janovik, Glauco Caon, Leon Sassen e Marcelo Terres.


Links relacionados:

sábado, 18 de outubro de 2014

Retomando a produção.

"O dia podia ter mais horas..."

Quem já não ouviu ou até mesmo disse esta frase? Pode ser um clichê, mas no fundo é algo muito verdadeiro.

Na correria dos dias atuais é complicado gerenciar trabalho com lazer, família e hobbies. No final são as prioridades que sempre vencem, e, confesso que a brassagem de cervejas não tem sido uma delas nos últimos dezoito meses, especialmente depois da minha frustração com minha última weiss, que após uma semana engarrafada havia perdido os deliciosos aromas das cervejas de trigo alemãs, obtidos pelo uso da excelente levedura líquida da Bio4 (Heffeweizen Ale – SY055).

Enfim, decepções à parte, está na hora de retormar a produção, o que deve acontecer no início de novembro quando vou tirar férias. 

Apesar da produção estar em baixa, obviamente não deixei de apreciar uma boa cerveja e degustá-las faz parte da minha rotina semanal. ;-)

Além disso, eu e a Renata participamos de um projeto MUITO interessante, que logo será o assunto de um post e que foi o impulso que faltava para minha retomada das brassagens (e que também serviu de incentivo para a Renata, que me convocou para brassar).

Fiquem então ligados que em breve o blog voltará a atividade, não tão ativo quanto antes, mas não menos interessante (muito pelo contrário).

Até!

segunda-feira, 25 de março de 2013

A falta do malte de trigo e a primeira blonde ale

Bom, agora que eu tinha uma geladeira eu queria brassar novas cervejas weiss para aprimorar o processo e chegar mais próximo do meu objetivo.

Acho que ainda não havia postado sobre isso, mas desde que comecei a fazer cervejas eu tenho duas metas: fazer uma weiss parecida com a Erdinger e uma witbier parecida com a Hoegaarden. Quando chegar neste patamar será a hora de começar a inventar e criar "novas variações" destes estilos.

Obviamente sem as cepas corretas de levedura eu acabei percebendo que talvez isso não fosse tão simples como parecia. Resolvi então me inspirar inicialmente em cervejas nacionais do estilo e troquei o foco da minha weiss para a Eisenbahn ou a Dado Bier (em garrafa, pois em lata ela é muito diferente), que são cervejas de trigo que também me agradam.

Mas às vezes as coisas não acontecem da forma que queremos. Assim, quando tentei comprar o malte de trigo belga na WE Consultoria fui informado de que o mesmo estava em falta e só chegaria novamente na segunda quinzena de novembro (era final em setembro). No entanto um malte de trigo alemão estaria disponível em breve, mas o custo era maior e resolvi não comprá-lo.

Como não queria deixar de fazer cervejas por tanto tempo (ainda mais com minha geladeira "nova") resolvi então partir para um receita mais genérica, uma Blonde Ale (BJCP 6B). Comprei insumos para 3 brassagens, já pensando também nas cervejas para as festas do final do ano. ;-)

Maltes, lúpulos, leveduras, tampinhas e afins

Brassei então uma Blonde Ale, sem rampas e deixei a mesma fermentando por 14 dias (21 graus) com mais 5 dias de maturação (4 graus).



O resultado final foi uma cerveja dourada de aroma frutado e com um sabor adocicado que ficou equilibrado pelo amargor do lúpulo. O fermento trouxe também um sabor/aroma diferente do que estava acostumado a obter na weiss, que não consegui reconhecer, mas que era interessante. Não é meu estilo preferido, mas foi uma bela cerveja para degustar ao cair das noites da primavera. ;-)



domingo, 24 de março de 2013

Fermentando com temperatura controlada - a geladeira e a quinta weiss

Depois do resultado das últimas cervejas ficou evidente a necessidade do controle de temperatura da fermentação.

Sem uma geladeira (ou freezer) seria simplesmente inviável fazer uma cerveja que ficasse redonda durante o verão (e até mesmo a primavera) devido as ondas de calor e umidade que ocorrem no nosso estado nestas estações.

Começamos então a buscar uma geladeira usada e a sorte estava do nosso lado. Logo achamos uma ótima geladeira e minha mãe acabou comprando-a para mim (como era setembro considerei-a meu presente de "dia das crianças" adiantado). :-)

Fui então atrás do termostato e adquiri um TIC-17RGTi da Full Gauge, na Dufrio, por um custo de aproximadamente 80 reais (dica: na hora de comprar o aparelho verifique se este tem a voltagem correta de saída).


Haviam outros modelos mais avançados disponíveis, com dois canais, que permitem controlar tanto o aquecimento como o resfriamento, mas não era o que eu procurava naquele momento.

Além disso, ainda é possível fazer com que este aparelho controle também o aquecimento quando for necessário, bastando para tal efetuar uma configuração no mesmo.

Pedi então ajuda a meu cunhado, que instalou o TIC na geladeira de uma forma muito engenhosa, que funciona da seguinte maneira: quando a temperatura está acima do valor programado a geladeira liga. Quando a mesma chega ao patamar esperado, ela é desligada e uma lâmpada colocada em seu interior acende, gerando aquecimento e fazendo com que a temperatura seja mantida sempre o mais próximo possível do programado. Tal abordagem poderá ser bastante útil durante o inverno, mas acabei por inicialmente deixar a mesma sem a lâmpada.


Com a geladeira instalada foi a hora de brassar uma weiss com temperatura controlada de fermentação. Utilizei novamente a receita da primeira weiss pra fins de comparação e após uma tarde de diversão (e muito trabalho), aproximadamente 25 litros foram para o balde e para a geladeira.


O novo cenário (que fez com que o processo de fermentação fosse mais lento) e o excesso de ansiedade para provar o resultado final acabaram fazendo com que esta weiss não ficasse ainda como eu esperava.

Depois de uma semana de fermentação (como já fazia costumeiramente) a cerveja foi envasada. No entanto ainda era muito cedo para realizar este procedimento.

Bela cor, mas ainda havia muito para melhorar
Apesar da bela cor e do sabor estar agradável, com o passar do tempo (leia-se alguns dias depois) foi perceptível o aroma de fermento na cerveja, demonstrando que o processo ainda não estava totalmente concluído (o que não ocorria quando a fermentação era realizada a altas temperaturas).

Lição de hoje: fermentação controlada requer mais paciência e também requer maturação. :-)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Resultado da terceira e quarta weiss e da primeira witbier

O segredo de uma boa cerveja é o controle da temperatura de fermentação.

Todos dizem isso, mas só quando você observa (e comprova) os resultados de uma cerveja sem controle é que isso fica absurdamente claro.

Como as duas primeiras cervejas que fiz tinham sido fermentadas em temperatura ambiente, no frio de 10 a 16 graus, o único prejuízo percebido na cerveja foi talvez a falta do aroma de banana característico do estilo.

Acontece que no meio do mês de agosto passado houve um surto de calor no estado e a terceira weiss e a witbier fermentaram a 32-34 graus. Por sorte a outra weiss fermentou em torno de 20-24 graus e não teve os mesmos problemas das outras duas.

Weiss, witbier, Weiss (BalAle)
A terceira weiss

As primeiras degustações da terceira weiss foram promissoras. O sabor e o aroma pareciam interessantes, no entanto logo foi possível perceber um grande problema da fermentação em altas temperaturas: a formação de álcoois superiores.

E qual o problema do álcool superior? Bem, digamos que ao tomar uma garrafa de 600ml da weiss, que ficou com 6% ABV aproximadamente, eu já me sentia tonto o suficiente para querer sentar ou até mesmo tirar uma soneca. ;-)

Além disso, ao longo do tempo essa weiss foi ficando cada vez mais com um aroma de iodo. Sinceramente, até agora não sei se isso ocorreu pelo uso excessivo de iodofor (diluição inadequada talvez) na sanitização, se foi algum off flavor causado pela alta temperatura de fermentação ou até mesmo algum tipo de contaminação.

Enfim, acabamos por beber todas garrafas ao longo do tempo, mas confesso que essa cerveja não ficou boa.

A witbier

Para começar a witbier não ficou tão wit (branca) assim. 

Devido ao problema do recipiente pequeno explanado no post anterior, os aromas de coentro e casca de laranja ficaram sutis demais. Além disso a carbonatação desta cerveja ficou de alguma forma prejudicada, pois mesmo após um mês do envase a quantidade de gás era muito baixa. Para finalizar ainda tinha também a questão do álcool superior, mas no final acabamos acostumando com isso. ;-)

No final esta foi a melhor das três cervejas de agosto. O aroma era gostoso e o sabor estava interessante, com um dulçor residual equilibrado com o amargor do lúpulo. 

Ficou longe de uma Hoegaarden, mas foi uma boa cerveja.

A BalAle

Para a BalAle tivemos uma dedicação maior e criamos inclusive um rótulo para homenagear meu sogro. Para a criação do mesmo utilizamos uma caricatura dele e o resultado final foi bem legal.


A cerveja ficou com uma cor dourada muito bacana. O sabor ficou interessante, mas o amargor ficou muito acentuado (quem leu o post anterior vai lembrar que o lúpulo escorreu da panela - o que eu esqueci de contar é que eu coloquei mais lúpulo para compensar isso e acho que foi demais).

A presença de álcoois superiores foi mais baixa se comparada com as outras duas cervejas mas ainda assim era possível percebê-lo dependendo da quantidade de cerveja consumida. Uma cerveja amarga que poderia até lembrar uma IPA (só pelo amargor, é claro).

Resumo da história

Depois destas experiências ficou claro que seria necessário controlar a temperatura de fermentação, ainda mais com a chegada do verão.

E assim surgiu o assunto do próximo post: A geladeira.

Brassando uma witbier e mais uma weiss

Hora de retomar o site, depois de meses sem postagens, mas com muitas histórias para contar. Desde agosto passado foram mais dez brassagens e várias coisas aconteceram neste período. 

Mas vamos lá.

Após a brassagem da terceira weiss foi o momento de inovar e tentar fazer uma witbier. Procurando uma receita do estilo, encontrei uma bem interessante no site da AcervAPaulista (infelizmente o link original foi desativado) que se propunha a ser similar a Hoegaarden, uma referência no estilo.

Receita no BeerSmith, com pequenas alterações.
Uma witbier verdadeira leva grão de trigo não maltado (até 50%), mas como primeira brassagem do estilo (e como não sabia onde comprar o grão) acabei por optar pela utilização do malte de trigo.

A brassagem foi tranquila, no entanto o recipiente que eu havia comprado para colocar as cascas de laranja e também o coentro foi pequeno e tive de reduzir a quantidade utilizada. Mais uma lição a ser aprendida.

Ao final foram aproximadamente 25 litros no balde, mas o resultado final eu conto no próximo post.

Fechando o mês de agosto, brassei ainda uma outra weiss, que fiz para o aniversário de meu sogro (cujo apelido é Baleia) e que chamamos carinhosamente de BalAle Weiss.

Como havia comprado mais alguns livros, peguei uma receita de Paulaner do CloneBrews e tentei adaptá-la para nossa realidade, trocando a levedura líquida (Wyeast 3056 ou 3333) pela levedura seca (Fermentis WB-06). 

"Paulaner cover"
Foram muitas mudanças, se comparado com a weiss anterior: troca do malte pilsen pelo pale ale, adição de malte munich e troca do lúpulo americano por um lúpulo alemão.

A brassagem correu tranquila, mas houve um pequeno incidente: quando o mosto começou a ferver, não reduzi a chama e simplesmente joguei o lúpulo na panela. Saí do local e quando voltei parte do lúpulo havia sido ejetado da panela junto com a espuma da superfície... Nova brassagem, nova lição: nunca dê as costas para seu mosto quando jogar o lúpulo na panela. ;-)

No próximo post o resultado final das três brassagens do mês de agosto de 2012.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Terceira Weiss

Depois de quase dois meses sem brassagens, nada melhor do que aproveitar as férias para fazer algumas cervejas.

Assim, na semana passada, fomos na WE Consultoria onde adquirimos os insumos necessários para fazer duas Weiss e uma Witbier. Aproveitei a oportunidade e acabei comprando um novo balde fermentador para garantir que possamos fermentar duas cervejas ao mesmo tempo e ainda tenhamos sempre disponível um balde vazio para o processo de priming.

Além disso, para agilizar o processo de adição de água, compramos dois filtros de declorificação na Incomasa.

Filtros de declorificação e novas mangueiras
Novas mangueiras e engates rápidos também agilizaram os processos de adição de água e resfriamento. Uma das mangueiras foi colocada dentro de um balde cheio de gelo e conectada no chiller (próximo passo: fazer um chiller pequeno para deixar dentro do balde), permitindo que, apesar da temperatura do dia de ontem (em torno de 26 graus) o líquido fosse resfriado para pouco mais de 30 graus em aproximadamente meia hora.

Outra grande aquisição foi a compra do software Beersmith, que traz todas as ferramentas necessárias para garantir um processo eficiente de brassagem. O software custa apenas US$ 27,00 com licença para instalação em dois computadores. Uma verdadeira pechincha (e tem versão para Linux).


Nova receita de Weiss - Beersmith
Como sempre, existem lições a serem aprendidas. A de ontem foi que precisamos encontrar uma nova forma de extrair todo o líquido da panela de mosturação. Ao final do processo, desconsiderando a água que foi absorvida pelo malte, aproximadamente 3 litros de líquido acabaram ficando na panela (ou seja, são 3 litros de cerveja que deixarão de ser produzidos).

Mas, comparando a brassagem de ontem com as anteriores, além do processo ter sido pelo menos duas horas mais rápido, a quantidade de cerveja produzida foi bem mais próxima do esperado (30 litros) o que indica que estamos quase lá.

O que foi modificado nesta nova brassagem:
  • Uso do software Beersmith
  • Nova receita
  • Uso de filtros para declorificação da água
  • Melhoria no processo de adição de água
  • Melhoria na moagem dos grãos
  • Melhoria no processo de lavagem dos grãos
  • Melhoria no processo de adição do fermento
  • Melhoria no processo de resfriamento ao final da fervura
O resultado final foram 26 litros de weiss no fermentador, que depois de 5 horas da inoculação do fermento já estavam gerando movimentação no airlock.


Agora é esperar para poder envasar.

Curso: Fabricação de cerveja caseira e manipulação de fermento cervejeiro

Semana passada participamos da 2ª edição do curso de fabricação de cerveja caseira e manipulação de fermento cervejeiro ministrado pelo Dr. Glauco Caon e pela Dra. Renata Medina na PUCRS, sobre o qual eu já havia postado.

Com 20 horas de duração, o curso é recomendado para quem já faz cerveja e para quem quer começar a produzi-la, mas não tem ideia de como começar.

Foram cinco dias de muitas informações, com aulas teóricas que culminaram em uma brassagem, onde os participantes puderam interagir com os equipamentos e insumos, auxiliando na produção da nossa cerveja, a Post Mortem II.

Apesar de já ter feito algumas cervejas, adquiri muito conhecimento teórico no curso (e por que não dizer prático também) que já foi utilizado na brassagem que fiz ontem. Além disso, foi possível identificar outros erros que eu ainda estava cometendo e que precisavam ser corrigidos. Tenho certeza de que o processo está mais eficiente e o resultado final será ainda mais satisfatório do que os anteriores.

Alguns assuntos do curso:
  • História de cerveja
  • Estilos de cerveja
  • BeerSmith (excelente software, recomendo a aquisição)
  • Sanitização
  • Equipamentos
  • Insumos
    • Água
    • Malte
    • Lúpulo
    • Fermento (starter/propagação) - uma aula excelente com microscopia
  • Processo de fabricação de cervejas (mosturação, fervura, fermentação, maturação, envase)
Se você tem interesse no assunto, não perca a próxima edição. Fique de olho no blog, pois assim que forem abertas as inscrições eu postarei aqui.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lagom - Festa de 2 anos

A dica de hoje é a Festa de 2 anos do Lagom.

Para quem ainda não conhece, o Lagom é um dos poucos brewpubs existentes no Brasil (segundo o site Homini Lúpulo eles não chegam a cinco em todo o território nacional). O local possui 12 torneiras, por onde passam diversos estilos de cerveja (saiba quais são as cervejas da semana).

A festa, que acontecerá na fábrica do Lagom no bairro Anchieta em Porto Alegre, contará com as cervejas do Lagom e de outras cervejarias (até onde sei, a Anner está confirmada com suas cervejas Libertadora, Maria Degolada e a sua nova weizenbock, a Almirante Negro, assim como a Caverna dos Ogros com sua Fiona, uma witbier com pimenta) a preços promocionais, além de shows e sorteios de brindes.

Data: 15 de setembro de 2012
Horário: das 14 às 20 horas
Local: Lagom Brewery 
Endereço: Ângelo Dourado, 118 - Bairro Anchieta - Porto Alegre

Ingressos à venda no Lagom (Rua Bento Figueiredo, 72 – Bom Fim) ao preço de R$ 35,00 (primeiro lote) e R$ 40,00 (segundo lote). Ambos lotes dão direito a um caneco da festa.

Mais informações e detalhes sobre como chegar ao local podem ser obtidos neste link.

sábado, 28 de julho de 2012

E a Free Beer está pronta para beber


Pouco mais de um mês depois da brassagem, a Free Beer está pronta para ser degustada.

Foram produzidos três estilos diferentes desta cerveja:

  • American Pale Ale com guaraná: produzida por Antônio Salimen e Bruno Dal Pizzol
  • Red Ale com Guaraná: produzida pelo Clube de Cervejeiros Caseiros Caverna dos Ogros
  • Blonde Ale com Guaraná: produzida por mim


APA, Red Ale e Blonde Ale (foto de Vinícius Dutra - PROGE)

Não pude bebê-la ainda para saber o resultado final, mas segundo informações que tive, pelo menos um membro da Caverna dos Ogros (Rafael Diefenthäler) provou e não identificou nenhum defeito grave (o que, obviamente, não quer dizer que não existam defeitos). :-)

Enfim, como era minha segunda brassagem eu já sabia que minha Free Beer não seria uma Delirium TremensO que me tranquilizou é que aparentemente a mesma não tem o sabor metalizado (isso era o que mais me preocupava, já que não havia feito a oxidação passiva das panelas quando fiz esta brassagem), pois, caso contrário, creio que isso teria sido percebido logo, como pudemos observar na minha primeira weiss.

Agora é hora de provar os três estilos de Free Beer produzidos. Assim que degustá-las postarei sobre o assunto, publicando inclusive as receitas para que os interessados possam também fazer sua Free Beer em casa. 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Eventos: 1° Encontro Aberto CERVASINOS e I IPA Day Acerva Gaúcha

Nas próximas semanas teremos dois eventos muito interessantes para quem gosta de cervejas artesanais.

1º Encontro Aberto Cervasinos

O primeiro deles é o 1º Encontro Aberto CERVASINOS, que ocorrerá no domingo, 26 de agosto, em São Leopoldo.

Segundo informações do blog da Cervasinos: "Nesse encontro, vários cervejeiros artesanais estarão reunidos, disseminando a cultura cervejeira e expondo para degustação suas cervejas ao público. Será uma ótima oportunidade para os interessados e aficionados por cervejas estarem trocando ideias e experimentando os diversos estilos de cervejas que estarão sendo oferecidos."

Acredito que será um evento nos moldes do Encontro Aberto da Acerva Gaúcha, onde a interação dos cervejeiros com o público em geral é parte da atração.

Vale a pena conferir.

Data: 26 de agosto de 2012
Horário: das 12 às 17 horas
Local: Espaço de Eventos Barril - Av. São Borja, 3125 - São Leopoldo/RS.

Mais informações e detalhes sobre a venda dos ingressos podem ser obtidos aqui.

I IPA Day Acerva Gaúcha

Outro evento que ocorrerá em breve será o tradicional workshop da Acerva Gaúcha, voltado para aqueles que pretendem iniciar a produção de cerveja caseira.


A diferença dos workshops anteriores é que nesta edição o evento ganhou o nome de I IPA Day da Acerva Gaúcha, e, além da tradicional parte técnica que abrange palestra e brassagens coletivas, o evento, que será voltado para cervejas India Pale Ale, contará com a degustação de cervejas deste estilo que foram produzidas pelo pessoal da Associação.

Imperdível para quem gosta de cervejas lupuladas.

Data: 01 de setembro de 2012
Horário: das 08:30 às 17 horas
Local: CTG Maragatos - Rua Ouro Preto, 408-A - Porto Alegre/RS

Mais informações e detalhes sobre as inscrições podem ser obtidos aqui.

sábado, 14 de julho de 2012

A segunda weiss

Dez dias depois de engarrafar a segunda produção de weiss, eis que chegou a hora de degustá-la.

Para começar, tenho de dizer que a segunda weiss ficou muito superior a primeira. A sensação metálica, percebida na primeira produção, não existe mais, assim como a adstringência, que também desapareceu. Já é possível perceber algumas nuances clássicas das demais cervejas weiss existentes no mercado.

O aroma ficou agradável e a espuma ficou cremosa, mas ainda não muito persistente (um maior tempo de carbonatação deve melhorar este ponto, assim possivelmente as próximas a serem degustadas já terão corrigido esta questão). O sabor ficou gostoso e o amargor adequado para o estilo. No entanto, a cerveja aparentemente ficou bastante alcoólica, pois uma única garrafa de 500ml foi o suficiente para "dar um brilho nos olhos", como costuma dizer um amigo meu. :-)

Gostei bastante desta cerveja e finalmente fiquei feliz com o resultado. Isso não quer dizer que não existam pontos no processo que precisam ser melhorados e que a cerveja não deva ficar ainda mais saborosa. A verdade é que ainda há um longo caminho a ser trilhado, mas é MUITO BOM perceber que estamos andando na direção correta.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Chimay Cinq Cents

O post de hoje é um breve relato sobre a Chimay Cinq Cents, cerveja que foi harmonizada com a mais recente receita postada no blog.

A Chimay Cinq Cents é uma cerveja trapista, fabricada pela Chimay Brewery na Abadia Notre-Dame de Scourmont, um monastério da Ordem Trapista, localizado na Bélgica. Famosa por suas cervejas e seus queijos, a Chimay (pronuncia-se Chimé) já foi até matéria no Globo Rural (veja a reportagem aqui).

Como todo boa cerveja tripel, a Cinq Cents tem uma graduação alcóolica mais elevada e é bastante encorpada (entenda mais sobre o conceito de cerveja encorpada neste post), atendendo as expectativas de quem aprecia este estilo. 

Com aroma levemente frutado e com notas de laranja, a Cinq Cents, que possui uma espuma muito cremosa, tem final adocicado e um amargor delicioso e bem pronunciado que se prolonga na boca. 

Recomendo!

Curiosidade: a Chimay Cinq Cents é a versão em garrafa de 750ml da Chimay Triple.


  • Nome: Cinq Cents
  • Estilo: Belgian Tripel
  • ABV: 8% 
  • País de origem: Bélgica
  • Cervejaria/Grupo: Chimay Brewery
  • Temperatura ideal para consumo: 6C a 8C



domingo, 8 de julho de 2012

Polvo com molho verde e batatas ao murro

Depois de mais de um mês sem posts culinários, eis que estamos de volta, e o prato de hoje é Polvo com molho verde e batatas ao murro.


Ingredientes

  • 1 polvo de aproximadamente 1Kg
  • 3 tomates
  • 1 pimentão vermelho
  • 1 pimentão amarelo
  • 1 cebola
  • Sal à gosto
  • Pimenta do reino (branca e preta) moída
  • Azeite de oliva
  • 800 gramas de batata baby 
  • 1 Molho de cebolinha verde
  • 1 Molho de salsinha
  • 2 limões

Como faz?

Corte o polvo em pedaços (guarde a bolsa de tinta para uma outra receita, pois ela não será aproveitada nesta). Pique os tomates (retirando a pele e as sementes), os pimentões e a cebola em pedaços grandes. Coloque na panela o polvo, os tomates, os pimentões, a cebola, suco de um limão e bastante azeite (aproximadamente 150ml). Adicione sal à gosto e a pimenta do reino (se possível moída na hora da adição). Deixe o polvo cozinhar por aproximadamente uma hora.

Enquanto isso lave as batatas e seque-as. Após, coloque-as em uma forma, adicione uma pitada de sal sob as mesmas e regue com azeite de oliva, levando então ao forno. Vire as batatas após meia hora para que elas cozinhem de forma homogênea. Após cinquenta e cinco minutos de cozimento baixe o fogo do forno.

Ao final do cozimento do polvo, coloque-o em um refratário juntando as batatas. Não utilize o caldo e os legumes do cozimento. Volte ao forno por mais quinze minutos.

Para fazer o molho coloque em um mixer a cebolinha, a salsinha, o suco de um limão, sal, pimenta do reino (moída na hora, novamente). Vá acrescentando o azeite com parcimônia até criar a consistência de um molho.

Servindo

Sirva o molho e cubra-o com o polvo e as batatas. 

Minha dica (e que a Renata não me leia): faça um arroz e cubra-o com os legumes utilizados para cozimento do polvo. Fica muito bom. :-)

E a cerveja?

A Renata já havia dito anteriormente que a cerveja ideal para acompanhar este prato seria a Chimay Cinq Cents e, apesar de ser suspeito, tenho de dizer que a escolha foi perfeita, pois foi possível apreciar todos as nuances da cerveja e do prato sem que qualquer dos elementos se sobressaísse.


Ao beber a cerveja conseguimos perceber seu aroma frutado e seu leve toque de laranja, com um final adocicado e um amargor delicioso e bem pronunciado. Ao saborear o prato, a acidez do molho realizava uma limpeza no paladar, permitindo que o mesmo fosse degustado plenamente. 

Ponto para a Renata pela bela harmonização. 

Bom apetite!!!

sábado, 7 de julho de 2012

Degustando a primeira weiss e envasando a segunda

Depois de 14 dias de fermentação entre 16 e 20 graus e mais 7 dias de carbonatação na garrafa entre 23 e 27 graus (temperatura não muito adequada), finalmente a primeira produção de Weiss foi degustada.

Bem carbonatada e com coloração adequada
Admito que perceber que minha primeira cerveja era "bebível" me deixou muito feliz, mas não fiquei satisfeito com o resultado final pois sei que ela poderia ter ficado muito melhor (ok, eu sei que eu não podia esperar que ela ficasse igual a Paulaner - pelo menos não desta vez :-) ). 

A Weiss ficou com um aroma interessante, mas há algo mais nele que não consegui identificar e que não me agrada. Ela ficou refrescante, mas com um excesso de amargor, possivelmente devido a baixa produção final (15 litros para uma receita de 25l) que deve ter contribuído para o destaque do lúpulo (eu gosto de cervejas lupuladas, mas na minha opinião, ela não ficou muito agradável ao paladar). 

O que mais me incomodou foi a adstringência (obrigado ao Chico pela observação) e um sabor metalizado que se prolonga no fundo da boca e na garganta após o término do copo (talvez tenha relação com o aroma não identificado que percebo). Dois fatores podem ter tido influência neste problema: falta de oxidação passiva das panelas (desconhecia completamente a necessidade) ou excesso de iodofor na sanitização dos equipamentos e garrafas.

Estas são lições a serem aprendidas, mas produções caseiras tem disso: fazendo e aprendendo.

Transferindo a cerveja para outro fermentador para fazer o priming
A segunda produção de Weiss, que já corrigiu alguns erros na primeira, mas onde novas falhas no processo, até então desconhecidas, foram descobertas (veja na foto acima a possível oxidação da cerveja na transferência inadequada para outro fermentador - mais um procedimento a ser aprimorado na próxima produção), foi engarrafada após 9 dias de fermentação, apenas 2 dias após o final da fermentação primária, pois o calor inesperado e a falta de equipamentos para manter a cerveja em uma temperatura controlada aceleraram o processo (para fazer cerveja no verão uma geladeira com um termostato digital TIC será indispensável). 

A segunda Weiss teve densidade inicial de 1048 (OG) e densidade final de 1007 (FG), e deve ficar com 5.5% ABV. Ela ficou bem mais aromática (devido a não realização da fermentação secundária?) e já esta carbonatando a todo vapor. Com a frente fria que chegou é possível que só possamos degustá-la lá pelo final da próxima semana, mas terei de testá-la antes, como fiz da primeira vez, mas isso é papo para um futuro post.

sábado, 30 de junho de 2012

Fim de semana cervejeiro - FreeBeer, envase e segunda produção de Weiss

O fim de semana passado foi totalmente cervejeiro.

Sábado, 23 de junho - Brassagem da Free Beer


O sábado foi dia da brassagem da Free Beer, em conjunto com o pessoal da Acerva Gaúcha e da PROGE.


Foram produzidos mais de 100 litros cerveja, distribuídos em duas receitas diferentes de Ale com guaraná, que serão publicadas em breve. 

O processo, que começou pela manhã, foi finalizado somente no final da tarde. Durante a brassagem foi realizada uma palestra sobre cerveja ministrada por Leonardo Sewald, da Cervejaria Seasons.


Moagem do malte
Como era minha segunda brassagem e utilizei meus próprios equipamentos, esta foi uma excelente oportunidade para corrigir os erros da primeira produção, aprender novas técnicas e aprimorar as anteriormente utilizadas. As dicas do pessoal da Acerva Gaúcha esclareceram várias questões que ainda me causavam dúvidas.


Recirculação automática do mosto (equipamento do Clube Cervejeiro Caverna dos Ogros)
Além disso, como os equipamentos e técnicas utilizados foram os mais variados, foi possível perceber onde seria necessário realizar investimentos para que o processo fosse aprimorado.


Ao final do dia, depois de muito trabalho, diversão, churrasco e muita cerveja artesanal (DAPA e Stout da Caverna dos Ogros e IPA do homebrewer Antônio Salimen), fui para casa com a sensação de missão cumprida e com a certeza de que a nova brassagem do domingo seria muito melhor do que a primeira.

Sábado, 24 de junho - Envase da primeira produção e segunda brassagem de Weiss


Domingo foi um dia muito cansativo e corrido. A ideia de realizar o envase da primeira produção junto com a brassagem da segunda produção deu mais trabalho do que eu imaginava e já decidimos que da próxima vez os procedimentos serão realizados em dias diferentes.

A primeira produção, que rendeu 15 litros (de um total inicial previsto de 25 litros), foi envasada e já está carbonatando (OG 1052, FG 1014, 5,1% ABV). Se a temperatura se manter elevada, possivelmente estaremos degustando-a a partir da próxima terça-feira, 03 de agosto.

A primeira leva de Weiss
Carbonatando
Já a segunda produção foi realmente mais eficiente do que a primeira. Com a correção de alguns erros realizados anteriormente e com o aprimoramento das técnicas (além de alguns pequenos investimentos), foi possível obter 19 litros de Weiss (OG 1048, um pouco abaixo do esperado, com ABV previsto de 4,5%), que serão envasados assim que a fermentação primária for finalizada, para tentar manter o aroma de banana que se dissipou na primeira leva, após a fermentação secundária. 


Agora é preciso ter paciência e aguardar a levedura fazer o seu trabalho (tanto nas garrafas quanto como no balde fermentador). Também é hora de iniciar o planejamento da nova produção, que agora deve ser uma witbier (seguindo esta receita do pessoal da Acerva Paulista).

E, para finalizar o dia de domingo, é claro que não podia faltar o pão cervejeiro (veja a receita aqui), afinal nem só de cerveja vive o homem.